1) Risco de mercadoO risco de mercado tem relação com o preço de um ativo.
No caso do Bitcoin, como dito logo acima, o preço se movimenta livremente, podendo ter oscilações muito bruscas.
Para se ter uma ideia, o preço em 2017 variou de US$ 1.000,00 a US$ 19.000,00, ou seja, chegou a multiplicar por 19 vezes dentro de um único ano.
E agora está em cerca de US$ 10.000,00, o que representa uma queda de quase 50%.
Sem contar que chegou a voltar aos patamares de cerca de US$ 6.000,00 também neste ano de 2018, o que seria uma queda de quase 70% em relação ao valor de US$ 19.000,00.
Isso significa que, se você comprar o ativo muito sobrevalorizado, corre o risco de ter grandes prejuízos no curto prazo.
No entanto, se você a tecnologia e o futuro do Bitcoin forem de sucesso, os preços atuais deixarão saudades.
2) Risco de não adoçãoPara uma moeda ter sucesso, é necessário um grande fator, que se chama adoção.
Aproveito aqui para dizer que o Bitcoin não tem lastro em nada (e muitos usam esse argumento como motivo para não comprar).
Porém, a verdade é que NENHUMA moeda atualmente tem lastro.
O padrão ouro extinguiu-se já há bastante tempo e, hoje, nem mesmo o dólar é lastreado em ouro.
As moedas estatais são utilizadas simplesmente pelo fato da adoção. Ou, melhor dizendo, da imposição dos Governos.
E, como o Bitcoin não tem nenhum Governo para impor seu uso, pode acontecer de nunca vir a ser adotado em massa.
No entanto, vale a pena dizer que é uma moeda com grande crescimento em adesão nos últimos anos, embora ainda longe de se tornar realmente globalizada e de uso cotidiano.
3) Risco de proibiçãoAlém de os Governos não aderirem ao uso do Bitcoin, eles podem ainda proibir e caracterizar seu uso como crime.
Uma das justificativas de quem é contra é falar que o Bitcoin tem sido usado para lavagem de dinheiro, tráfico, pornografia, fraudes e pirâmides.
É claro que, com o Bitcoin, isso pode se tornar mais fácil. Mas seria o mesmo que querer proibir a internet pelo fato de ela facilitar esse tipo de prática também.
Vale lembrar que a própria internet, no seu início (e que não faz tanto tempo assim), era usada somente por nerds, hackers, criminosos, pedófilos, etc.
Em pouco tempo, ela começou a ser amplamente utilizada pelo cidadão comum, que enxergou nela diversas vantagens de uso em seu dia a dia.
Imagino que o Bitcoin pode seguir um caminho parecido e, como alguns países já sinalizam regulamentações para seu uso (inclusive a Receita Federal já tem criptomoedas em seu regulamento), acho bastante improvável uma proibição aqui no Brasil.
4) Risco de perdaO Bitcoin tem uma característica muito interessante de que você é quem tem poder total sobre o valor que tiver guardado em sua wallet (falarei sobre ela a seguir).
Portanto, caso você esqueça a senha, perca seu hardware e não faça um backup adequado, não terá a quem recorrer para recuperar seus Bitcoins.
A ideia dele é que você seja seu próprio banco e tenha a responsabilidade total sobre seu dinheiro.
Como comprar bitcoinAgora que você já conhece as características e os riscos do Bitcoin, como fazer para comprar?
Primeiramente, ele é negociado em uma exchange, que é semelhante a uma corretora de valores, mas funciona somente para negociar Bitcoin e outras criptomoedas.
Normalmente, existe pouca burocracia para se criar conta em uma exchange. O processo costuma ser muito rápido.
Feito isso, você envia em reais para lá e faz a compra do seu Bitcoin.
Tendo o Bitcoin, o ideal não é deixar na própria exchange. Porém, ao se fazer isso, a chave privada não fica em seu poder, e você corre o risco de perda dos Bitcoins por fraude na exchange ou invasões de hackers.
É muito importante que você tenha também uma wallet para armazenar os Bitcoins sob seu controle.
Essa wallet pode ser on-line, pode ser um software que você salva em seu computador, pode ser um hardware comprado (semelhante a um pen-drive, mas com tecnologia diferente) ou uma paper wallet (na qual você imprime a chave privada para acesso posteriormente).
E será que o bitcoin precisa ser declarado no imposto de renda? Para quem não sabe como fazer a declaração, criei em 2017 o curso chamado “Imposto de Renda nos Investimentos”, que ensina como declarar Tesouro Direto, títulos privados, ações e fundos imobiliários. Neste ano, estou incluindo a declaração de criptomoedas também.
Entendeu o que é Bitcoin? Vai comprar alguma criptomoeda? Se ficou alguma dúvida, deixe um comentário!—
Vitor Hernandes
Vitor Hernandes é paulistano e tem 28 anos. Fundador do blog Jornada do Dinheiro. Pós-graduando em Finanças, Investimentos e Banking (FIB) pela PUC. Tradutor de formação, investidor por vocação e educador financeiro como missão de ajudar a população brasileira. Eterno aluno, pois sempre há algo novo a aprender, estuda educação financeira e investimentos por hobby, além de atuar no mercado financeiro desde 2011. Os fundos imobiliários são seus investimentos preferidos.
As opiniões expostas neste artigo são baseadas na visão do autor e não necessariamente refletem o entendimento do Yubb.